quarta-feira, 12 de maio de 2010

Caros Submersos

Após algumas semanas de ausência estou de volta e como não poderia deixar de ser volto com uma novidade!!! A partir desta atualização passarei a contar do meu jeito, é claro, um pouco da história do Brasil que fala sobre a mudança da capital para o interior do país, ou seja, a criação de Brasília... Vou tentar fazer um passo a passo bem resumido que vai desde os tempos do Brasil Colônia até a história recente da nossa cidade sempre tendo como foco principal o Lago Paranoá... Por isso peço a todos vocês que me ajudem através das suas críticas, elogios, sugestões, etc etc etc... É isso aí gente, no mais o blog continua o mesmo com muitas fotos, informações e histórias... Aproveitem!!!

Um Pouco da Nossa História – O Começo

A idéia de transferir a capital do Brasil para o interior do país remonta os tempos em que ainda éramos uma colônia de Portugal, autoridades e personalidades daquela época sabiam da importância de se expandir para o interior do continente recém descoberto e as terras do Planalto Central, que já eram conhecidas desde 1596, faziam parte das discussões desta proposta...
Mapa do Brasil Colônia

Apesar de ser uma decisão muito importante para futuro da então colônia foi somente em 1750 que ocorreu a primeira sugestão sobre a mudança da capital para o interior do país. O autor da proposta foi o cartógrafo genovês Francisco Tossi Colombina que durante uma viagem pelo Planalto Central elaborou a Carta de Goiás na qual sugeriu que a futura sede do governo fosse nessa região...

Carta de Goiás

No ano de 1761, o Primeiro-Ministro de Portugal, o Marquês de Pombal, que também defendia a idéia de mudança da capital, indica as terras do vale do Amazonas como o local ideal para a futura sede do governo... Isto aconteceu dois anos antes do Rio de Janeiro se tornar a nova capital do país...

Marquês de Pombal

Os inconfidentes também aderiram à idéia e em 1789 reivindicaram junto à corte em Lisboa que a nova capital deveria ser a cidade de São João Del Rei em Minas Gerais...
Julgamento dos Inconfidentes

Enquanto isso, lá em Londres, no início do século XIX o jornalista exilado Hipólito José da Costa iniciava em 1813 uma série de publicações no jornal Correio Braziliense em que defendia a “transferência da capital para o interior central do país próximo à cabeceira dos grandes rios”. Este ponto refere-se à zona dos mananciais dos rios Araguaia, Tocantins, São Francisco e Paraná, ou seja, sobre o Planalto Central...

Hipólito José da Costa

Já o Patriarca da Independência, José Bonifácio de Andrada e Silva, se tornou o mais fervoroso defensor da idéia de transferência da capital e em 1823 propõe à Assembléia Constituinte que a Capital do Império seja transferida para a Comarca de Paracatu do Príncipe em Minas Gerais e sugere os nomes Petrópole ou Brasília...

José Bonifácio de Andrada e Silva

Na época do império havia uma preocupação constante em se estudar o local ideal para a implantação da nova cidade e o historiador e diplomata Francisco Adolfo Varnhagen, mais conhecido por Visconde de Porto Seguro, estudou o assunto durante 43 anos de sua vida, ou seja, de 1834 a 1877 e foi ele quem sugeriu a localização para a nova capital "entre as três Lagoas – Formosa, Feia e Mestre D'Armas"...

Visconde de Porto Seguro
Mas foi através do sonho de um italiano, o padre João Belchior Bosco, que a nova capital foi descrita. Isto aconteceu em 1883 quando Dom Bosco teve um sonho profético em que previa o surgimento de uma nova civilização: “... Eu enxergava nas vísceras das montanhas e nas profundas da planície. Tinha, sob os olhos, as riquezas incomparáveis dessas regiões, as quais, um dia, serão descobertas. Eu via numerosos minérios de metais preciosos, jazidas inesgotáveis de carvão de pedra, de depósitos de petróleo tão abundantes, como jamais se acharam noutros lugares. Mas não era tudo. Entre os graus 15 e 20, existia um seio de terra bastante largo e longo, que partia de um ponto onde se formava um lago. E então uma voz me disse, repetidamente: ‘Quando vierem escavar os minerais ocultos no meio destes montes, surgirá aqui a Terra da Promissão, fluente de leite e mel. Será uma riqueza inconcebível’.” Esta é a localização em que se encontra Brasília que foi erguida às margens do Lago Paranoá...

Dom Bosco

E finalmente... 141 anos depois da primeira sugestão de mudança da capital, o artigo 3º da Constituição de 1891 diz: "Fica pertencente à União, no planalto central da República, uma zona de 14.400 quilômetros quadrados, que será oportunamente demarcada, para nela estabelecer-se a futura Capital Federal. Parágrafo único – Efetivada a mudança da Capital, o atual Distrito Federal passará a constituir um Estado"...

Assembléia Constituinte de 1891

É isso aí Submersos... Na próxima atualização voltarei com mais histórias sobre a nova capital... Fui!!!

Amigo 007

Logo no início dos trabalhos conheci um cara "fominha" em mergulho!!! Podia ser de dia ou de noite, debaixo de sol ou de chuva, que o cara estava lá sempre pronto para mais um passeio pelo fundo do lago... Com o passar do tempo esta figura se tornou um dos grandes parceiros do Brasília Submersa, foi com ele que localizei o Píer, a 2ª linha de postes entre outras coisas... Infelizmente o meu camarada foi fazer um curso de piloto de helicóptero e teve que se mudar para o interior de São Paulo, mas, mesmo longe ele continua chorando e pedindo fotos e mais fotos... Por isso decidi publicar esta pequena seqüência fotográfica em que o grande amigo Renatão estava presente... É isso ai 007 um forte abraço e sorte na sua mais nova empreitada...



Cia de Fotometria

A Cia de Fotometria é uma empresa especializada em produção fotográfica que foi fundada em 2004 na cidade de São Paulo pela fotógrafa Marri Nogueira... Com a mudança da sua idealizadora para Brasília no final de 2005, a Cia de Fotometria, passou a atuar no mercado local produzindo fotografias de moda, retratos, arquitetura, institucional, além da cobertura política e de eventos sociais... Só para finalizar... A Cia de Fotometria é parceira do projeto Brasília Submersa...

Ciadefotometria@uol.com.br

Matéria no Estadão

Logo após as comemorações do aniversário de Brasília no dia 25 de Abril de 2010 o jornal O Estado de S.Paulo publicou uma matéria bem bacana sobre o Brasília Submersa... Logo cedo recebi vários telefonemas de amigos e companheiros de profissão que me parabenizavam pelo trabalho e elogiavam a matéria... Após a publicação no Estadão o acesso ao blog aumentou consideravelmente, principalmente, no estado de São Paulo... É galera... É muito gratificante e importante receber este apoio do jornal no qual trabalho, fiquei muito feliz... Aproveito para agradecer a todos que formam o Grupo Estado principalmente os chefes Rui Nogueira, Juca Varella e Wilson Pedrosa... Muito Obrigado a todos vocês e valeu pela força!!! É isso aí gente... Aproveitem e dêem uma olhada na matéria que vem logo abaixo... Abraços!!!

Imagens de uma Brasília submersa
Fotógrafo do ‘Estado’ mergulha no Lago Paranoá e registra a vida e a história que as águas engoliram e criaram nos 50 anos da capital
Rui Nogueira / BRASÍLIA

No princípio era um Rio Paranoá, uma fazenda e seus peões. Depois, missões de homens sabidos disseram, no fim do século 19 e meados do 20, que a cidade podia ficar no coração do País, mas precisaria de um “pulmão líquido” para aplacar os seis meses de secura desértica do Planalto Central. Foi assim, em riscos gerais, que nasceram os quase 50 km² de água do Lago Paranoá, inaugurados no dia 12 de setembro de 1959, aniversário de Juscelino Kubitschek-sete meses antes de Brasília. Artifício de engenheiros e operários, o lago juntou histórias, lendas e tragédias na depressão formada pelos chapadões do Gama e do Paranoá. Juntou também muitas casas e esgoto suficiente para ficar ameaçado de morte e precisar de US$ 250 milhões para voltar a ser, no início deste século, apenas e tão somente um lago com água do rio e das chuvas, velas e lanchas, remos e remadores, tucunarés, tilápias, carpas, biguás e garças, marrecas e até capivaras em duas das suas três ilhas. Ao longo de 2009, o Paranoá ganhou outro assíduo freqüentador: um legítimo candango que, depois de um mergulho e um encontro casual com uma imensa boneca de vodu, no fundo do lago, decidiu presentear a cidade cinqüentenária com um documentário fotográfico sobre “a praia” brasiliense– com até 40 m de profundidade. Beto Barata, 41 anos, fotógrafo da sucursal do Estado, é o autor de “Brasília Submersa”, um projeto cultural aprovado e integrado pelo Governo do Distrito Federal às comemorações dos 50 anos da capital. A partir do mergulho inicial, em março do ano passado, o fotógrafo não parou mais. Depois da boneca de vodu, passaram pelas lentes profissionais de Barata postes, paredes, portas e porteiras dos galpões dos operários que construíram a barragem do Paranoá. Fez o registro emocionado da lápide do mergulhador Cristiano Santos, morto num acidente, em 2002, no lago. Os amigos o homenagearam com um “túmulo” no fundo do Paranoá. Silenciosamente, Barata já passeou pela Kombi que foi parar lá dentro e por lá ficou. A despoluição trouxe o lazer de volta e celulares e relógios caríssimos que caíram e caem das lanchas dos ricos. Nas próximas semanas, Barata vai terminar a empreitada documentando a Vila Amaury, outro acampamento de operários que a cheia do lago engoliu.

Atividades Subaquáticas

Finalmente estamos mergulhando novamente... Após um longo tempo sem condições de visibilidade a água do lago está começando a melhorar... Infelizmente a produção fotográfica do projeto esta chegando ao fim e, por isso, o meu tempo será dedicado quase que exclusivamente para as atividades subaquáticas... Do final do mês passado até hoje já foram realizados sete mergulhos em quatro pontos distintos do lago, sendo dois na Vila Amaury, três na Barragem, um no Clube do Congresso e um na ponte JK... E para não perder o costume segue mais um tira gosto para vocês...
Naufrágio na Barragem
Piso de casa da antiga Vila Amaury
Ilha de Pedra no Clube do Congresso

Boas Vindas

Submersos... Vamos dar as boas vindas ao mais novo parceiro do Brasília Submersa, o mergulhador José Ricardo... Zé Ricardo possui uma vasta experiência subaquática e é um profundo conhecedor do Lago Paranoá... É considerado um “pioneiro” do mergulho na Vila Amaury já tendo explorado o local em quase toda sua extensão... Após um encontro na Asa Norte e um bate papo bem bacana ele se prontificou a nos ajudar com todo o seu conhecimento e experiência... É isso aí Zé Ricardo... Muito obrigado e Sábadão tem mais... Abs!!!

Boa Notícia

Essa é para comemorar... A direção do Museu Nacional confirmou para o dia 04 de Outubro de 2010 o lançamento do livro e a abertura da exposição "Brasília Submersa" no prédio anexo ao museu... Para quem não sabe, o anexo é aquele prédio redondo, bem baixinho, com vidro fumê e que fica ao lado do museu... É um espaço bem bacana e atende a todas as necessidades do projeto... Gostaria de agradecer ao diretor do Museu Nacional, Wagner Barja, e toda a sua equipe pela oportunidade... Obrigado!!!

Brasília Submersa Vídeo Oficial

Brasília Submersa Mês da Fotografia no SESC Ceilândia

Brasília Submersa no You Tube